segunda-feira, 6 de julho de 2015

Pseudo-tormento

Resolveu tomar o ônibus para facilitar o percurso que não estava disposto a transpor caminhando.
Sentia-se demasiadamente cansado.
O pensamento inerte sob um véu tênue. O tecido através do qual enxergava, era normalmente chamado de loucura. Não ocultava sua obstinação.
Entrou no ônibus atormentado, mas por sua própria realidade.
Havia inúmeras barreiras, como obstáculos de corrida de cavalos – estava em meio a inúmeros outros corredores que as saltavam em seus quadrúpedes, viu-se sem montaria.
No ônibus, o fato de estar lotado, era o que menos o infortunava, mas quando ouviu o grito daquela criança, não era choro, era uma palavra, ela gritava "legal", e aquela feição da mais pura felicidade sem por que, apenas porque também é da natureza humana, como uma substancialidade que vai se perdendo com o tempo.
Em meio a todo seu pseudo-tormento, aquela pura alegria ingênua, bem diante de seus olhos. Aquilo massacrou seu espírito.

Carlos Eduardo Taveira dos Santos.

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