segunda-feira, 27 de julho de 2015

A Poetisa e o Desamor

     Certa vez conheci uma aspirante a poetisa, seus olhos cortantes rasgavam minha alma, eram donos de um brilho tão belo que me fazia inseto, e eu, obviamente seguia na direção de sua luz, completamente cego.
     Com relação às minhas apetências, não havia o co-sentimento citado por Kundera, voltando ao traço do paralelo, a luz não se atrai pelo inseto.
     As últimas palavras que ouvi da aspirante a poetisa, foram terrivelmente belas, lembro-as melhor que quaisquer outras, ela disse: "Não posso lhe dar amor, mal posso, apenas lhe dar palavras e ainda assim, seriam tão murchas quanto flores mal cuidadas e secas".

Texto: Carlos Eduardo Taveira dos Santos




Um comentário:

  1. "Poetiza" e "Desamor", é quase um paradoxo. O leitor supõe que um poeta ama demasiado, correspondido, ou não. Ou transborda felicidade, quase que como a beleza de uma paisagem... ou sofre mais que um personagem choroso de novela mexicana. Esta intensidade, seja para um extremo, como para outro, transmite ao inseto uma beleza resplandecente... vide que, até o suposto desamor transmitido na resposta da poetiza, é belo... E isso quase me remete a uma resposta que, por demérito, eu nunca tive

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