As fotografias de verões anteriores
faziam um belo papel na história de vida, formavam uma colcha de retalhos nostálgicos,
em suma contentes. Janelas para o passado, ainda que muitas deixassem aquela
parcela de vazio e preenchessem outros espaços com angustia e arrependimento...
Ah, mesmo as puramente felizes, essas significavam saudade, o ser humano em sua
complexidade pode ter inúmeras reações diante de determinado retrato. O fato é
que dificilmente ele não se deixará levar pela tão falada nostalgia, a memória de
outros dias, vista assim num quadro e não apenas em mente, acaba por estimular ao
anacronismo psíquico. Olhar para si próprio no passado e ver-se jovem e alegre até
que é bom, desde que esteja puramente satisfeito consigo e tenha o espírito leve
perante todos os atos.
Texto: Carlos Eduardo Taveira.
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