quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Pan & Sofia

Estavam deitadas na grama, era noite, barriga vira travesseiro. No céu as estrelas impalpáveis deslumbrantes, na Terra voa um pirilampo que pousa ao alcance das mãos, luz intermitente e sorriso permanente. Nuvens não espessas se espalham sem ocultar o brilho das estrelas, do vagalume ou dos olhos. Do grilo apenas barulho e do sapo também, mas distante, ainda bem, e perceptível somente quando não há risos ou vozes como agora.
“Sofia, como consegue não crer?”
“Na verdade, Pan, eu duvido de tudo que acredito”.
“Mas, não sei se é o instante, tudo se encaixa tão bem, a grama é macia...”
“Sua barriga também”.
           Risos.
“É sério, o calor e a brisa que refresca quando toca na pele, a beleza das estrelas, o pisca-pisca do vagalume, você e eu”.
            Risos meigos.
            “Pan, o que está tentando me dizer?”
            “Estou apenas pensando no todo... Agora sai de cima da minha barriga”.

Carlos Eduardo Taveira dos Santos


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