segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

O nascer na cidade.

   Nasce o Sol num dos lados do horizonte e até transpor o céu haverá muito o que ocorrer, nascem com ele todas as cores e muitas das coisas, trivialmente as mais corriqueiras. Despertam os trabalhadores e também os estudiosos, bebes de sono leve, crianças que vão para a escola. O firmamento pálido de um azul sútil, o cheiro doce da manhã, o orvalho sobre as plantas tem seu charme todo especial, digno do zoom d'uma câmera; o aroma de café fresquinho e que sabe-se ao longe, fumegante. A preguiça no caminhar, os rostos amassados e os olhinhos apertados, ainda mal adaptados a luz que bate de frente, os veículos formando filas nas ruas. Os pássaros cantando num lugar mais afastado, trazem aos ouvidos os sons de diferentes instrumentos de uma orquestra natural, abafada pela grande onomatopeia civilizada, são vozes, buzinas, motores, começam os pequenos stresses, as pequenas discussões, os obrigados a pedir sustento, os falsos sorrisos, os desejos de bom dia por educação, mas há também os de coração, o beijo no rosto da criança, o selinho na namorada, o riso espontâneo para os pais, na mesa do desjejum, o primeiro "eu te amo", ou "eu te odeio" do dia, o "vai com Deus", o "bom trabalho", "bom estudo", "se cuida", e tudo isso que faz toda diferença sem que a gente perceba. Nasce o Sol, nascem as cores da claridade e todos os nossos costumes.


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